MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO

E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA INTERNACIONALISTA

 

TEXTOS DE GRAMSCI,

LUKÁCS E KORSCH -

SOLERTES PROPUGNADORES

DO IDEALISMO SUBJETIVISTA -

 

EM SUA LUTA SEM TRÉGUAS A FAVOR DO REVISIONISMO

METAFÍSICO-VOLUNTARISTA DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO

DE MARX, ENGELS, LENIN, SVERDLOV E TROTSKY :

 

 

EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DE LÍNGUAS ALIENÍGENAS PARA O PORTUGUÊS,

ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O GRAMSCISMO APÓSTATA NOS

PARTIDOS MARXISTAS, SINDICATOS OPERÁRIOS E MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS URBI ET ORBI

 

 

“Pelo seu fundamento, o meu método dialético não é apenas diferente do de Hegel,  senão é  diametralmente oposto ao dele. Para Hegel, o processo do pensamento - o qual é transformado até mesmo sob o nome de idéia, em um sujeito autônomo - é o demiurgo da realidade (EvM.: o criador da realidade), que apenas constrói a sua manifestação exterior. Para mim, inversamente, o ideal nada é senão o material, transposto e traduzido na cabeça do ser humano. O lado mistificador da dialética hegeliana critiquei há quase 30 anos, em um tempo em que ainda era a moda do dia. ... A mistificação que a dialética sofreu nas mãos de Hegel não lhe impediu, absolutamente, de ter apresentado, pela primeira vez, suas formas gerais de movimento, de maneira abrangente e consciente. Em Hegel, a dialética encontra-se de cabeça para baixo. É necessário revirá-la, a fim de descobrir o cerne racional no envólucro místico. Em sua forma mistificada, a dialética foi moda alemã, posto que parecia transfigurar o existente. Na sua forma racional, a dialética é uma ofensa e um horror para a burguesia e seus porta-vozes doutrinários, porque inclui, na compreensão positiva do existente, também, ao mesmo tempo, a compreensão de sua negação, sua necessária decadência, concebendo, na fluência do movimento, toda e qualquer forma que acabou de surgir, i.e. contempla-a também em seu lado efêmero, não se permitindo constranger por nada, sendo crítica e revolucionária, segundo sua própria essência.”

 

KARL MARX[1]

 

“Essa concepção (EvM.: a concepção marxista da história) coloca um fim, porém, na filosofia, no domínio da história, tal qual a concepção dialética da natureza torna toda filosofia da natureza tanto inútil quanto impossível. Já não se trata mais de, por todos os lados, cogitar no pensamento acerca dos nexos contextuais, mas sim de descobrí-los de fato. Para a filosofia expulsa da natureza e da história, permanece apenas ainda o reino do pensamento puro, na medida em que continue existindo : a doutrina das leis do processo de pensamento, a lógica e a dialética.”      

 

FRIEDRICH ENGELS[2]

 

 

“Dito de passagem, considero adequado alertar os jovens membros do Partido de que não é  possível tornar-se um comunista consciente, um real comunista, sem estudar tudo o que Plekhanov escreveu sobre filosofia - e destaco, estudar -, pois os escritos filosóficos de Plekhanov  é o que de  melhor há em toda a literatura marxista internacional.”

 

VLADIMIR I. LENIN[3]

 

 

“Chamamos nossa dialética de materialista, porque suas raízes não se encontram nem no céu nem nas profundezas da “vontade livre”, mas sim na realidade objetiva, na natureza. A consciência surge do inconsciente, a psicologia, da fisiologia, o mundo orgânico, do inorgânico, o sistema solar, das nebulosas. Em todos os degraus dessa cadeia de desenvolvimento, as mudanças quantitativas convertem-se em saltos qualitativos. Nosso pensamento – incluindo o pensamento dialético – nada é senão uma das formas de expressão da matéria cambiante. Nesse sistema não há lugar nem para Deus nem para o Demônio, nem para a alma imortal, nem para as normas eternas do Direito ou da Moral. O pensamento dialético que surgiu da natureza dialética do mundo possui, conseqüentemente, um caráter totalmente materialista.”

 

LEÓN D. TROTSKY[4]

 

 

 

 

Concepção e Organização

Portau Schmidt von Köln

 

Compilação e Tradução

Asturig Emil von München

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

ÍNDICE GERAL

 

CAPÍTULO I.

 

CONTRA O MATERIALISMO “VULGAR POSITIVISTA” DE PLEKHANOV E TROTSKY

DE ESCASSA CAPACIDADE ESPECULATIVA,

A FAVOR DO IDEALISMO MARXISTA-HEGELIANO DE LABRIOLA : 

Revistas-Tipo que Façam Predominar o Idealismo Marxista de Labriola

Na Luta pela Cultura Superior

ANTONIO GRAMSCI

 

CAPÍTULO II.

 

EM MARX, O PENSAMENTO ITALIANO E ALEMÃO HAVIA-SE CONTAMINADO

COM INCRUSTAÇÕES POSITIVISTAS E NATURALISTAS

OS CÂNONES DO MATERIALISMO HISTÓRICO NÃO SÃO TÃO FÉRREOS,

COMO SE PODERIA PENSAR E PENSOU,

OS BOLCHEVIQUES RENEGARAM KARL MARX:

A Revolução contra o « CAPITAL » de Karl Marx

ANTONIO GRAMSCI

 

CAPÍTULO III.

 

PREFÁCIO À CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA DE KARL MARX,

DOUTRINA FILOSÓFICA DO VALOR DAS “SUPERESTRUTURAS”:

O Que Há de Significar, em Tal Caso, o Termo “Monismo”?

Certamente, Nem o Termo Materialista Nem o Idealista,

Mas Sim a Identidade dos Contrários no Ato Histórico Concreto,

i.e. a Atividade Humana (História-Espírito) em Concreto,

Filosofia da Práxis, do Ato “Impuro”, No Sentido mais Profano e Mundano da Palavra

ANTONIO GRAMSCI

 

CAPÍTULO IV.

 

IDEALISMO – POSITIVISMO E OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO :

Como Deverá ser Concebido um “Monismo” Nessas Condições ?

Nem o Monismo Materialista Nem Aquele Idealista,

Nem “Matéria” Nem Espírito, Mas “Materialismo Histórico”,

i.e. a Atividade do Homem (História) em Concreto

ANTONIO GRAMSCI

 

CAPÍTULO V.

 

PARALELO PARA ATINGIR UMA HIERARQUIA

ENTRE MARX E LENIN OU ENTRE CRISTO E SÃO PAULO É ESTÚPIDO E OCIOSO,

ELES EXPRIMEM DUAS FASES, VISÃO DE MUNDO E AÇÃO,

HOMOGÊNEAS E HETEROGÊNEAS AO MESMO TEMPO :

Marx-Visão-De-Mundo, Lenin-Ação

Cristo-Visão-De-Mundo, São Paulo-Ação-Organização-Expansão

Possibilidade de o Cristianismo Chamar-se, Por Isso, Cristianismo – Paulinismo,

Termo Rejeitado Devido à Crença na Divindade de Cristo

ANTONIO GRAMSCI

 



[1] Cf. MARX, KARL HEINRICH. Nachwort zur zweiten Auflage des “Das Kapital” (Posfácio à Segunda Edição de “O Capital”)(24 de Janeiro de 1873), in : Marx & Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz, Vol. 23, pp. 27 e s.  

[2] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Ludwig Feuerbach und der Ausgang der klassischen deutschen Philosophie (Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã)(1886), in : ibidem, Vol. 21, pp. 305.

[3] Cf. LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV. Iesho Raz o Profsoiuzakh, o Tekuschiem Momentie i ob Obshibkakh tt. Trotskovo i Bukharina (Mais Uma Vez sobre os Sindicatos, o Momento Atual e os Erros dos Companheiros Trotsky e Bukharin)(25.01.1921), in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), especialmente Dialektika i Eklektitsizm, « Shkola » i « Apparat » (Dialética e Ecleticismo, « Escola » e « Aparato », Moscou : GIPL, 1961, Vol. 42, pp. 286 e s. Adicionalmente à passagem retro-indicada, Lenin assinala expressamente, op. cit. : “Aliás, gostaria, em primeiro lugar, de expressar inteiramente o desejo de que, na atual edição das Obras de Plekhanov todos os seus artigos sobre filosofia sejam compendiados em um volume especial ou em volumes especiais, dotados de índices remissivos inteiramente detalhados etc. Além disso, devem ser incluidos em uma série que contenha os manuais obrigatórios do comunismo. Em segundo lugar, o Estado operário deveria exigir, na minha opinião, que os professores de filosofia conheçam a apresentação da filosofia marxista, feita por Plekhanov, dando mostras de saber como transmitir esse conhecimento aos estudantes. Isso tudo já representa um desvio, porém, da “propaganda” à “administração”.    

[4]Cf. TROTSKY, LÉON DAVIDOVITCH BRONSTEIN. The ABC of Materialist Dialetics (O ABC do Materialismo Dialético) (15.12.1939), in: In Defense of Marxism (Em Defesa do Marxismo), Pioneer Publishers, 1942, pp. 49 e s.