FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DO SOCIALISMO CIENTÍFICO

PARA A LUTA DE EMANCIPAÇÃO PROLETÁRIA,

TRAVADA EM PROL DA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MUNDIAL

SEM EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, SEM EXPLORAÇÃO DE NAÇÕES POR NAÇÕES

 

PRECURSORES DO MAIS RECENTE SOCIALISMO

VOL. 1 / TOMO 1:

DE PLATÃO AOS ABANATISTAS

 

 

KARL KAUTSKY ET ALII[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von München

Março 2019 emilvonmuenchen@web.de

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PREFÁCIO

 

Provavelmente, não é dizer demais ou mesmo dizer uma injustiça, no domínio da historiografia do socialismo, se expressarmos a declaração de que uma ampla história do socialismo, elaborada em conformidade com os fundamentos científicos, ainda não existe até o presente.

E, desconsiderando-se a obra “Histoire du Socialisme depuis le temps le plus reculés jusqu’à nos jours (História do Socialismo desde os Tempos mais Remotos até os Nossos Dias, 1882)” de Benoît Malon (1841 – 1893, um dos dirigentes da Comuna de Paris), de caráter preponderantemente descritivo e pragmático, temos de acrescentar à nossa primeira declaração uma segunda, nomeadamente a de que o tempo mais recente nem sequer pode demonstrar uma tentativa de semelhante elaboração. Esse fato é tanto mais notório tendo em conta que a carência de uma história do desenvolvimento do pensamento socialista e do movimento socialista é manifestamente e em grande medida existente. Porém, esta carência não nos parece dever-se a nenhum acaso.

Nos anos 40 do século XIX, quando o cartismo e o comunismo já davam praticamente dores de cabeça aos Chefes de Estado dos países mais avançados e interessavam, por todos os lados, os teóricos e o público que acompanhavam a vida pública, atingindo até mesmo um florescimento, os opositores e os adeptos do socialismo passaram a rastrear sua prévia história. Fizeram-no, de um lado, de modo bastante aleatório, reunindo tudo que dava aparência de sê-lo, d’outro, investigando determindas épocas ou determinados fenômenos, já de modo crítico, segundo uma certa metodologia e fundamentos unitários.

Trata-se do tempo em que escreveram François Villegardelle (1810 1856) e Robert von Mohl (1799 – 1875), Marie Roch Louis Reybaud (1799 – 1879) e Lorenz von Stein (1815 – 1890), Alfred Sudre (1820 – 1898) e Karl Grün (1817 – 1887). Pode-se também situar William Lucas Sargant (1890 – 1889) nesse período histórico.

A “Internacional” e a “Comuna de Paris” impulsionaram um segundo período da historiografia do socialismo: neste recaem as obras de Rudolf Meyer (1839 – 1899) e Eugen Jäger (1842 – 1926), Eugen Dühring (1833 – 1921) e Émile de Laveleye (1822 – 1892).  Esse período conclui-se com a já mencionada obra de Benoît Malon (1841 – 1893), “Histoire du Socialisme depuis le temps le plus reculés jusqu’à nos jours (História do Socialismo desde os Tempos mais Remotos até os Nossos Dias, 1882)”.

Desde então, o socialismo adquire cada vez mais relevância. Começa a tornar-se o ponto crucial de toda a sociedade européia, apoiando-se, quase por todos os lados, sobre o mesmo fundamento teórico, o do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels.

O poder e coesão, a clareza e perseverança das massas, tomadas pelo socialismo, cresce dia a dia. Todas as classes da sociedade européia são empurradas a ocuparem-se com o socialismo, o qual se tornou para elas todas uma questão vital: a literatura sobre as questões sociais multiplica-se enormemente, porém, a historiografia do socialismo em vez de crescer na mesma medida, torna-se não apenas relativamente, senão ainda absolutamente cada vez mais estéril. Uma abrangente apresentação autosuficiente do desenvolvimento do socialismo não surgiu mais, desde o início dos anos 80 do século XIX. Até mesmo o número das monografias acerca das partes específicas da história do socialismo é extremamente escassa, comparativamente ao conjunto da literatura sociológica. A  maioria destas, tais quais as de Robert von Pöhlmann (1852 – 1914) ou de Johann Loserth (1846 – 1936), constituem trabalhos acadêmicos, puramente de saber científico especializado.

     

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE – DIVERSIDADE J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO CIENTÍFICO-SOCIALISTA

DAS MASSAS OPRIMIDAS E SEUS ALIADOS POLÍTICOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS



[1] Cf. KAUTSKY, KARL. Die Vorläufer des neueren Sozialismus, Erster Band, Erster Theil: Von Plato bis zu den Wiedertäufern, (Os Precursores do Mais Recente Socialismo), Volume 1, Tomo 1, Stuttgart: Dietz, 1895, p. 1 e s.