PRODUÇÕES LITERÁRIAS DEDICADAS À FORMAÇÃO

DE REVOLUCIONÁRIOS MARXISTAS QUE ATUAM NO DOMÍNIO DO DIREITO, DO ESTADO E DA JUSTIÇA DE CLASSE

 

KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS SOBRE O DIREITO E O ESTADO, OS JURISTAS E A JUSTIÇA

 

Carta a Eduard Bernstein

 

A República Burguesa Há de Nos Servir, De Início, Para Conquistar as Grandes Massas dos Trabalhadores   

 

FRIEDRICH ENGELS[1]

 

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução

 Emil Asturig von München, Setembro de 2013

 

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4, Cavendish Place, Eastbourne

27 de agosto de 1883

Caro Bernstein,

 

(...) Portanto, uma restauração monárquica na França haveria de ter por conseqüência o fato de que a luta pela restauração da República Burguesa viria, novamente, a ser colocada na ordem do dia.

A persistência da república significa, pelo contrário, aguçamento crescente da luta de classes direta e flagrante do proletariado contra a burguesia, até à crise.

Entre nós, o primeiro resultado direto da revolução não pode e não deve ser, igualmente, nada diferente da República Burguesa. Porém, trata-se aqui apenas de um curto momento de transição, porquanto não possuimos, felizmente, nenhum partido burguês puramente republicano.

A República Burguesa – talvez com o Partido Progressista, à cabeça -  há de nos servir, de início, para conquistar as grandes massas dos trabalhadores para o socialismo revolucionário.[2] 

 

Isso se concluirá em um ou dois anos e será útil à erradicação e à auto-ruína de todos os partidos de centro ainda possíveis, excetuando-se nossas forças.

Apenas então, poderemos avançar com sucesso.

Entre os alemães, o grande erro é o de imaginar-se que a revolução seja uma coisa que se deve concluir de um dia para o outro. Na realidade, trata-se de um processo de desenvolvimento das massas, ocorrido ao longo de diversos anos, sob circunstâncias aceleradoras.

Toda revolução que foi concluída de um dia para o outro eliminou apenas uma reação, já de antemão desprovida de qualquer esperança (1830) ou conduziu, diretamente, ao ao oposto do que se desejava (1848, França).

Seu

F.E.   

 

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 



[1] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Brief an Eduard Bernstein in Zürich (Carta a E. Bernstein em Zurique)(27 de Agosto de 1883), in : ibidem, Vol. 36, Berlim : Dietz, 1967, pp. 54 e 55. 

 

[2] Anotação de Emil Asturig von München: Cumpre destacar que, na Alemanha, o Partido Progressista (Fortschrittspartei) foi fundado em junho de 1861, sendo caracterizado por uma orientação burguesa, liberal de esquerda. Em seu programa partidário, defendia a unificação da Alemanha, sob a direção prussiana, a convocação de um parlamento de todo o país e a formação de um forte Governo liberal, responsável perante uma Assembléia dos Deputados. Após a vitória da Prússia na Guerra contra a Áustria, em 1866, a ala direita desse partido decidiu-se por rompê-lo, visando a formar o Partido Nacional Liberal (Nationalliberale Partei), apoiador de Otto von Bismarck, em todas as questões essencias de Governo. Os políticos que permaneceram no Partido Progressista continuaram, preponderantemente, a defender os interesses da burguesia comercial e da pequena burguesia das cidades. Fundiram-se, em 1884, com a ala esquerda do Partido Nacional Liberal, dando surgimento, então, ao Partido dos Liberais Alemães (Deutschfreisinnige Partei).