MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO

E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA INTERNACIONALISTA

 

TEXTOS DOS MAIS EXPRESSIVOS INTELECTUAIS

CONTEMPORÂNEOS DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS

URBI ET ORBI  

 

MAX WEBER, ALBERT EINSTEIN, 

JEAN PIAGET, JÜRGEN HABERMAS,

ESCOLA DE FRANKFURT

 

EM SUA LUTA ARDILOSA PELA RELATIVIZAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO MATERIALISMO HISTÓRICO - DIALÉTICO

DE MARX E ENGELS, LENIN, SVERDLOV E TROTSKY,

EMPREENDIDA DESDE UMA PERSPECTIVA IDEALISTA – SEJA POSITIVISTA,

SEJA EMPIRIOCRITICISTA, SEJA GENÉTICO-EPISTEMOLÓGICA, SEJA CÉTICO-CRÍTICA SUBJETIVISTA -

SUPOSTAMENTE CONSTRUTIVISTA E EMANCIPADORA :

 

EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM A PARTIR DE LÍNGUAS ALIENÍGENAS PARA A NEOLATINIDADE PORTUGUESA,

 

 

“Pelo seu fundamento, o meu método dialético não é apenas diferente do de Hegel,  senão é  diametralmente oposto ao dele. Para Hegel, o processo do pensamento - o qual é transformado até mesmo sob o nome de idéia, em um sujeito autônomo - é o demiurgo da realidade (EvM.: o criador da realidade), que apenas constrói a sua manifestação exterior. Para mim, inversamente, o ideal nada é senão o material, transposto e traduzido na cabeça do ser humano. O lado mistificador da dialética hegeliana critiquei há quase 30 anos, em um tempo em que ainda era a moda do dia. ... A mistificação que a dialética sofreu nas mãos de Hegel não lhe impediu, absolutamente, de ter apresentado, pela primeira vez, suas formas gerais de movimento, de maneira abrangente e consciente. Em Hegel, a dialética encontra-se de cabeça para baixo. É necessário revirá-la, a fim de descobrir o cerne racional no envólucro místico. Em sua forma mistificada, a dialética foi moda alemã, posto que parecia transfigurar o existente. Na sua forma racional, a dialética é uma ofensa e um horror para a burguesia e seus porta-vozes doutrinários, porque inclui, na compreensão positiva do existente, também, ao mesmo tempo, a compreensão de sua negação, sua necessária decadência, concebendo, na fluência do movimento, toda e qualquer forma que acabou de surgir, i.e. contempla-a também em seu lado efêmero, não se permitindo constranger por nada, sendo crítica e revolucionária, segundo sua própria essência.”

 

KARL MARX[1]

 

“Essa concepção (EvM.: a concepção marxista da história) coloca um fim, porém, na filosofia, no domínio da história, tal qual a concepção dialética da natureza torna toda filosofia da natureza tanto inútil quanto impossível. Já não se trata mais de, por todos os lados, cogitar no pensamento acerca dos nexos contextuais, mas sim de descobrí-los de fato. Para a filosofia expulsa da natureza e da história, permanece apenas ainda o reino do pensamento puro, na medida em que continue existindo : a doutrina das leis do processo de pensamento, a lógica e a dialética.”      

 

FRIEDRICH ENGELS[2]

 

“ ... Todos esses procedimentos e métodos do pensamento não cabem nos limites do pensamento metafísico. Pelo contrário, para a dialética que concebe, essencialmente, as coisas e suas imagens conceituais em sua interconexão, em seu encadeamento, em seu movimento, em seu surgimento e perecimento, os procedimentos acima referidos constituem nada menos do que confirmações de seu próprio modo de procedimento. A natureza é a prova da dialética. E, temos de reconhecer que as Ciências Naturais Modernas forneceram a essa prova um material extremamente rico que se acumula  diariamente,  tendo comprovado com isso que, na natureza, procede-se, em última instância, de modo dialético e não metafísico. Porém, uma vez que podem ser enumerados os cientistas naturais que, até o dia de hoje, aprenderam a pensar dialeticamente, esclarece-se, a partir desse conflito, havido entre resultados descobertos e modo de pensar convencional, a incomensurável confusão que domina nas Ciências Naturais teóricas e que leva ao desespero tanto professores como estudantes, tanto escritores como leitores.”

 

FRIEDRICH ENGELS[3]

 

“Chamamos nossa dialética de materialista, porque suas raízes não se encontram nem no céu nem nas profundezas da “vontade livre”, mas sim na realidade objetiva, na natureza. A consciência surge do inconsciente, a psicologia, da fisiologia, o mundo orgânico, do inorgânico, o sistema solar, das nebulosas. Em todos os degraus dessa cadeia de desenvolvimento, as mudanças quantitativas convertem-se em saltos qualitativos. Nosso pensamento – incluindo o pensamento dialético – nada é senão uma das formas de expressão da matéria cambiante. Nesse sistema não há lugar nem para Deus nem para o Demônio, nem para a alma imortal, nem para as normas eternas do Direito ou da Moral. O pensamento dialético que surgiu da natureza dialética do mundo possui, conseqüentemente, um caráter totalmente materialista.”

 

LEÓN D. TROTSKY[4]

 

Concepção e Organização

Portau Schmidt von Köln

 

Compilação e Tradução

Asturig Emil von München

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

ÍNDICE GERAL

 

PARTE PRIMEIRA

 

CAPÍTULO I.

 

A “DIALÉTICA POSITIVA” DE MARX E SEUS CONTINUADORES

NASCIDA DA DIALÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT E HEGEL,

NÃO NOS PERMITIU VER POR MUITO TEMPO,

O PAPEL DAS AÇÕES NA PSICOLOGIA DO CONHECIMENTO ETC.:

Engels Concentrou-se sobre o Objeto sem Perceber que a Dialética da Natureza

Projetava sobre Esse Mesmo Objeto Processos Inspirados por Ações Humanas,

Uma Autêntica Dialética Física não Poderia Ter Sido Alcançada no Séc. XIX,

Senão por uma Antecipação Extraordinária

 JEAN PIAGET

 

 

CAPÍTULO II.

 

“AH, MUITO BEM, E QUEM É O MATERIALISTA QUE VOCÊ ENCONTROU EM GENEVA ?

“QUEM EU, MATERIALISTA?”

“CLARO, CLARO, ENTÃO MATERIALISMO, SE MATERIALISMO É ISSO, CONCORDO” :

O Objeto que Acreditamos Atingir é Sempre Objeto Representado

e Interpretado pela Inteligência do Sujeito,

O Materialismo Ingênuo quer que o Conhecimento seja Apenas uma Cópia da Realidade,

O Conhecimento é Totalmente o Contrário de uma Cópia da Realidade,

É uma Reconstituição da Realidade Através de Conceitos do Sujeito

JEAN PIAGET

 

 

CAPÍTULO III.

 

A DIALÉTICA DA FILIAÇÃO DE ESTRUTURAS DE JEAN PIAGET, I.E. SUA PSICOLOGIA GENÉTICA,

APROXIMA-SE DA METODOLOGIA ELABORADA POR MARX EM “O CAPITAL”,

SEU PARENTESCO DE MÉTODOS É SURPREENDENTE,

CONTUDO SUBSISTE UMA DIFERENÇA IMPORTANTE:

 Para Piaget, a Noção de Equilíbrio no Processo de Desenvolvimento Permanece Sendo Carancterística,

Ainda Que Cada Forma de Equilíbrio Suceda à Precedente, Graças aos Desequilíbrios,

Para Marx, ao Contrário, o Mecanismo Central do Desenvolvimento é  

A Destruição Contínua do Equilíbrio, com Todas as suas Conseqüências Metodológicas

CZESLAW NOWINSKI



[1] Cf. MARX, KARL HEINRICH. Nachwort zur zweiten Auflage des “Das Kapital” (Posfácio à Segunda Edição de “O Capital”)(24 de Janeiro de 1873), in : Marx & Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz, Vol. 23, pp. 27 e s.  

[2] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Ludwig Feuerbach und der Ausgang der klassischen deutschen Philosophie (Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã)(1886), in : ibidem, Vol. 21, pp. 305.

[3] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Herrn Eugen Dühring’s Umwälzung der Wissenschaft (A Subversão da Ciência do Senhor Eugen Dühring) (1876-1878), especialmente Einleitung : I. Allgemeines (Introdução : I. Parte Geral), in: Marx & Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz, Vol. 20, pp. 22 e s. 

[4]Cf. TROTSKY, LÉON DAVIDOVITCH BRONSTEIN. The ABC of Materialist Dialetics (O ABC do Materialismo Dialético) (15.12.1939), in: In Defense of Marxism (Em Defesa do Marxismo), Pioneer Publishers, 1942, pp. 49 e s.