MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO,

 E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA INTERNACIONALISTA

 

TEXTOS DE GRAMSCI - FIEL APOLOGISTA DE STALIN E ENGENHOSO ESCUDEIRO DO CONCILIACIONISMO DE CLASSES -,

EM SUA LUTA SEM QUARTEL CONTRA TROTSKY E A REVOLUÇÃO PERMANENTE :

EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA LITTERATIM DO ITALIANO PARA O PORTUGUÊS,

ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O GRAMISCISMO CATEDRÁTICO

DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS LUSITANAE LINGUAE  

 

Internacionalismo e Política Nacional :

Stalin, o Grande Teórico Mais Recente 

 

ANTONIO GRAMSCI[1]

 

Concepção e Organização Portau Schmidt von Köln

Compilação e Tradução Asturig Emil von München

Março de 2004 emilvonmuenchen@web.de

Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/GramsciStalinTrotskyCapa.htm

 

 

 

[Internazionalismo e Politica Nazionale.] Scritto (a domande e risposte) di Giuseppe Bessarione del settembre 1927 su alcuni punti essenziali di scienza e di arte politica.

  

[Internacionalismo e Política Nacional.] Escrito (em estilo de perguntas e respostas) de José Vessarione (i.e. Stalin), de setembro de 1927, sobre alguns pontos essenciais de ciência e arte política[2].

 

 

Il punto che mi pare sia da svolgere è questo : come secondo la filosofia della prassi (nella sua manifestazione politica) sia nella formulazione del suo fondatore, ma specialmente nella precisazione del suo più recente grande teorico, la situazione internazionale debba essere considerata nel suo aspetto nazionale.

 

O ponto que me parece dever ser desenvolvido é este : como, segundo a filosofia da práxis (na sua manifestação política), seja na formulação de seu fundador, seja porém especialmente na clarificação de seu grande teórico mais recente, a situação internacional deva ser considerada em seu aspecto nacional.

 

Realmente il rapporto « nazionale » è il risultato di una combinazione « originale » unica (in un certo senso) che in questa originalità e unicità deve essere compresa e concepita se si vuole dominarla e dirigerla.

 

Realmente, a relação “nacional” é o resultado de uma combinação “original” única (em um certo sentido) que, nesta originalidade e unicidade, deve ser compreendida e concebida, caso se queira dominá-la e dirigí-la.

 

Certo lo sviluppo è verso l’internazionalismo, ma il punto di partenza è « nazionale » ed è da questo punto di partenza che occorre prender le mosse.

 

Certamente, o desenvolvimento é em direção do internacionalismo, mas o ponto de partida é “nacional” e, a partir desse ponto de partida, cumpre agarrar os movimentos. 

 

Ma la prospettiva è internazionale e non può essere che tale.

 

Porém, a perspectiva é internacional e não pode ser senão essa.

 

Occorre pertanto studiare esattamente la combinazione di forze nazionali che la classe internazionale dovrà dirigere e sviluppare secondo la prospettiva e le direttive internazionali.

 

É necessário, portanto, estudar, exatamente, a combinação de forças nacionais que a classe internacional deverá dirigir e desenvolver, segundo a perspectiva e as diretivas internacionais.

 

La classe dirigente è tale solo se interpreterà esattamente questa combinazione, di cui essa stessa è componente e in quanto tale appunto può dare al movimento un certo indirizzo in certe prospettive.

 

A classe dirigente o é apenas se interpretar exatamente essa combinação, da qual ela mesma é componente e, como tal, pode, precisamente, dar ao movimento uma certa direção, em certas perspectivas.

 

Su questo punto mi pare sia il dissidio fondamentale tra Leone Davidovici e Bessarione como interprete del movimento maggioritario.

 

Sobre esse ponto, parece-me assentar o dissídio fundamental entre León Davidovitch (i.e. Trotsky) e Vessarione (i.e. Stálin), como intérprete do movimento majoritário[3].

 

Le accuse di nazionalismo sono inerte se si riferiscono al nucleo della quistione.

 

As acusações de nacionalismo são ociosas, se se referem ao núcleo da questão.

 

Se si studia lo sforzo dal 1902 al 1917 da parte dei maggioritari si vede che la sua originalità consiste nel depurare l’internazionalismo di ogni elemento vago e puramente ideologico (in senso deteriore) per dargli un contenuto di politica realistica.

 

Se se estuda o esforço de 1902 a 1917, empreendido pela parte dos majoritários (i.e. bolcheviques) vê-se que a sua originalidade consiste em depurar o internacionalismo de todo e qualquer elemento vago e puramente ideológico (no mau sentido), para dar-lhe um conteúdo de política realista.

 

Il concetto di egemonia è quello in cui si annodano le esigenze di carattere nazionale e si capisce come certe tendenze di tale concetto non parlino o solo lo sfiorino.

 

O conceito de hegemonia é aquele no qual se enfeixam as exigências de caráter nacional e se compreende o modo segundo o qual certas tendências de tal conceito não falam ou apenas o desfloram.

 

Una classe di carattere internazionale in quanto guida strati sociali strettamente nazionali (intellettuali) e anzi spesso meno ancora che nazionali, particolaristi e municipalisti (i contadini), deve « nazionalizzarsi », in un certo senso, e questo senso non è d’altronde molto stretto, perché prima che si formino le condizioni di una economia secondo un piano mondiale, è necessario attraversare fasi molteplici in cui le combinazione regionali (di gruppi di nazioni) possono essere varie.

 

Uma classe de caráter internacional, enquanto dirige estratos sociais estreitamente nacionais (intelectuais) e, freqüentemente, até menos ainda do que nacionais, particularistas e municipalistas (os camponeses), deve “nacionalizar-se”, em um certo sentido, e esse sentido não é, entretanto, mais estreito porque, antes de que se formem as condições de uma economia segundo um plano mundial, é necessário atravessar múltiplas fases, nas quais as combinações regionais (de grupos de nações) possam ser variadas.

 

D’altronde non bisogna mai dimenticare che lo sviluppo storico segue le leggi della necessità fino a quando l’iniziativa non sia nettamente passata dalla parte delle forze che tendono alla construzione secondo un piano, di pacifica e solidale divisione del lavoro.    

 

Contudo, não se deve jamais esquecer que o desenvolvimento histórico segue as leis da necessidade até que a iniciativa não tenha claramente passado da parte das forças que tensionam à construção segundo um plano de divisão pacífica e solidária do trabalho.

 

Che i concetti non nazionali (cioè non riferibili a ogni singolo paese) siano sbagliati si vede per assurdo : essi hanno portato alla passività e all’inerzia in due fasi ben distinte : 1) nella prima fase, nessuno credeva di dover incominciare, cioè riteneva che incominciando si sarebbe trovato isolato; nell’attesa che tutti insieme si muovessero, nessuno intanto si muoveva e organizzava il movimento; 2) la seconda fase è forse peggiore perché si aspetta una forma di « napoleonismo » anacronistico e antinaturale (poiché non tutte le fasi storiche si ripetono nella stessa forma).

 

Que os conceitos não nacionais (i.e. não referíveis a nenhum país singular) sejam errôneos vê-se pelo seguinte absurdo : eles conduziram à passividade e à inércia, em duas fases bem distintas : 1) na primeira fase, ninguém acreditava ter de começar, i.e. considerava que começando encontrar-se-ia isolado; 2) a segunda fase é talvez pior, porque se espera uma forma de “napoleonismo” anacrônico e anti-natural (posto que nem todas as fases históricas se repetem da mesma forma).     

 

Le debolezze teoriche di questa forma moderna del vecchio meccanismo sono mascherate dalla teoria generale della revoluzione permanente che non è altro che una previsione generica presentata come dogma e che si distrugge da sé, per il fatto che non si manifesta effettualmente.

 

As fraquezas teóricas dessa forma moderna do velho mecanicismo encontram-se mascaradas pela teoria geral da revolução permanente que outra coisa não é senão uma previsão genérica, apresentada como dogma e que se destrói por si mesma pelo fato de que não se manifesta efetivamente[4].

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 

 

 

 

 

 



[1] Cf. GRAMSCI, ANTONIO. Quaderni del Carcere, Nr. 14 (1932-1935) – Internazionalismo e Politica Nazionale (Internacionalismo e Política Nacional), in : Antonio Gramsci. Note sul Machiavelli sulla Politica e sullo Stato Moderno, Torino : Editori Riuniti, 1991, pp. 144 e 145; IDEM. Quaderni del Carcere, Nr. 14 (1931-1935) – Machiavelli, in: Antonio Gramsci. Quaderni del Carcere (Cadernos do Cárcere), Vol. 3, ed. V. Gerratana, Torino : Einaudi Editore, 1975, pp. 1.728 e s.   

[2] Acerca do escrito de Stalin, aqui referido e comentado por Gramsci, permito-me remeter o leitor interessado à leitura do seguinte texto STALIN, IOSSIF VISSARIANOVITCH DJUGASCHVILI. Becieda s Pervoi Amerikanskoi Rabotchei Delegatsiei (Conversação com a Primeira Delegação de Trabalhadores Norte-Americanos)(09.09.1927), in : Iossif Vissarianovitch Stalin. Sotchinienia (Obras de I. V. Stalin), Vol. 10, Moscou : Gosud. Izd-vo, pp. 44 e s. O artigo em destaque de Stalin foi, pela primeira vez, publicado no “Pravda (A Verdade)”, Nr. 210, em 15.09.1927. Em língua alemã, vide STALIN, JOSEF W. Unterredung mit der Ersten Amerikanischen Arbeiterdelegation (Conversação com a Primeira Delegação dos Trabalhadores Norte-Americanos) (9 de Setembro de 1927), in : J. W. Stalin Werke, Vol. VI, Dortmund : Roter Morgen, 1976, pp. 79 e s. Em língua italiana, STALIN, GIUSEPPE VISSARIANOVIC GIUGASVILI. Opere Complete, Vol. 10, Roma, 1956, pp. 104 e s.     

[3] Sobre a implacável luta de Trotsky contra a teoria do socialismo em um país e do frente-populismo de Stalin e seus colaboradores, velados e ostensivos - da cepa de Thälmann, na Alemanha, e Gramsci, na Itália -, vide TROTSKY, LÉON DAVIDOVITCH BRONSTEIN. Uroki Oktiabria(Lições de Outubro)(1924), Leningrado : Lenizdat, 1991, pp. 7 e s.; IDEM. Kommunistitcheskii Internatsional Poslie Lenina. Veliky Organizator Porajeny (A Internacional Comunista Depois de Lenin. A Grande Organizadora de Derrotas)(1928), Moscou : Spartakovets Printima, 1993, pp. 3 e s.; IDEM. Istoria Russkoi Revolutsii (História da Revolução Russa)(1930-1933), especialmente : Sotsializm v Otdel’noi Strane? (Socialismo em um País Isolado), Berlim : Granit, 1931 e New York : Monad Press, 1975, Vol. 2, Parte 2, pp. 415 e s.; IDEM. Agonia Kapitalizma i Zadatchi IV Internatsionala. Mobilizatsia Mass Vokruk Pererrodnyrr Trebovanii kak  Podgotovka k Zavoievanniu Vlasti (A Agonia do Capitalismo e as Tarefas da IV Internacional. A Mobilização das Massas em torno de Consignas Transitórias para Preparar a Conquista do Poder), especialmente Pressupostos Objetivos da Revolução Socialista, in : Biulietien Opozitsi Bolschevikov-Lenintsev (Boletim de Oposição Bolchevique-Leninista),  Nr. 66/67, Paris, 1938, pp. 14 e s.

[4] Sobre a concepção de Revolução Permanente de Trotsky, voltada especialmente a combater todas as inúmeras variantes de socialismo nacionalista, bem como as mais sutis e diáfanas táticas de colaboração de classes e frente-populismo, vide TROTSKY, LÉON DAVIDOVITCH BRONSTEIN. Permanentnaia Revoliutsia (Revolução Permanente), Berlim : Lievaia Opozitsia (Oposição de Esquerda), 1930, pp. 3 e s.